segunda-feira, 10 de maio de 2010

Texto Produzido pela participante das Oficinas da Memoria:Gina Vieira Avila de Menezes

Por Gina Vieira Avila de Menezes 46 Primaveras, Verões, Outonos e invernos
SER MULHER

Desde o ínicio dos tempos as mulheres eram mais recatadas, envergonhadas, que para despirem para seus homens era tudo as escondidas,luzes apagadas, sob as cobertas, ceroulas enroscadas nas imensas camisolas um tremendo pudor e o toque rude apenas satisfazendo o desejo momentâneo. As vestes do dia a dia e festa eram comportadas, cheias de rendinhas, fluflus e espartilhos que apertavam, espremiam sem quase poder respirar. Sufocadas pela ansiedade, desejos, frustrações que arrebatavam-nas por completo, quase um suícidio diante de toda aquela situação imposta pelo casamen-to comportado e ameaçador que viviam. Embora muitas sacanagens acontecia as escondidas, enrustidas em pele de cordeiro e as barrigas apontavam emdesespero e ao mesmo tempo o geitinho contornava a situação. Os tempos foram mudando, o feminismo aflorando e a mulherada se abrindo para o Mundo, outra mentalidade, outras convicções e os desejos a-té então sufocados, foram desabrochando e o apelo sexual que é visível e notório deram asas a imaginação. A sexualidade sendo redescoberta e pulsionando as mais loucas euforias e se rebelando por completo. Então a procura insessante por plásticas, silicones, botox não são somente para si, mas para as outras numa frenética e compulsiva competiçãoasserrada diante daquela que é a mais perfeita siliconizada e gostosa, esquecendo-se das atribuições mais simples e sublime que é o ser mulher.

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